Refugiados no Brasil na lista de atletas escalados para as Olimpíadas

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, comemorou esta terça-feira o anúncio da Equipe Olímpica de Refugiados de Tóquio 2020, feito pelo Comitê Olímpico Internacional, COI. 

Após anos de treinamento, 29 atletas refugiados estarão em julho no Japão para participar dos jogos deste verão, competindo em 12 esportes.

Lisboa 

Dentre os escalados estão um atleta refugiado no Rio de Janeiro e outro que vive em Lisboa. 

Para a agência da ONU, a participação envia uma mensagem poderosa de solidariedade e esperança, destacando a situação de mais de 80 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo. 

O chefe do Acnur, Filippo Grandi, disse que eles são um grupo excepcional de pessoas que inspiram o mundo.  

Dentre os atletas participantes que vivem em países de língua portuguesa está Dorian Keletela disputará a corrida de 100 metros, vive em Lisboa.  

O jovem de 22 anos nasceu em Brazavile, na República do Congo, e ficou órfão na adolescência. Ele fugiu para Portugal quando tinha 17 anos. Nessa época, já tinha dois anos correndo. No momento, treina três horas por dia com apena suma folga semanal. 

O atleta é orientado pelo português Francis Obikwelu, que detém o recorde europeu de 100 metros e venceu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004.

Rio de Janeiro 

Um outro atleta da lista, o judoca Popole Misenga, de 19 anos, vive na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil,  

Ele nasceu na República Democrática do Congo, em Bukavu, a área mais afetada pela guerra civil travada entre 1998 e 2003. 

Ele representou seu país em competições internacionais, mas após anos de difíceis condições de treinamento, decidiu buscar asilo no Brasil durante o Campeonato Mundial de Judô no Rio em 2013.  

Atualmente, Popole treina no Instituto Reação, com o técnico Geraldo Bernardes, e já competiu nos Jogos Olímpicos Rio 2016 como membro da Equipe Olímpica de Refugiados.

Orgulho 

O alto comissário da ONU para Refugiados lembra que “sobreviver à guerra, à perseguição e à ansiedade do exílio já os torna pessoas extraordinárias, mas o fato de também se destacarem como atletas no cenário mundial” é um imenso orgulho. 

Filippo Grandi disse ainda que esses atletas representam as esperanças e aspirações de mais de 80 milhões de pessoas deslocadas pela guerra e perseguição, servindo como “um lembrete de que todos merecem a chance de ter sucesso na vida.” 

Esta será a segunda vez que uma Equipe de Refugiados participará das Olimpíadas. A estreia da equipe do Acnur ocorreu nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. 

Fonte: ONU News.

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