Acordo com EUA pode adicionar US$ 50,2 bi às exportações brasileiras

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta sexta-feira (10/9), projeta crescimento de 0,41% do PIB brasileiro como resultado de eventual Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Estados Unidos e Brasil, incluindo países do Mercosul. O indicador foi apresentado durante webinar internacional com a participação de especialistas na agenda de comércio exterior. Segundo o levantamento, a aproximação comercial poderia permitir crescimento acentuado das exportações brasileiras (cerca de 90%), o equivalente a U$ 50,2 bilhões até o período de 2035.

A pesquisa destaca a importância de reduzir as barreiras não tarifárias para viabilizar as negociações, além de facilitar a formação da unidade aduaneira. O aumento projetado no fluxo de exportações brasileiras concentra-se em seis setores: petróleo e gás, produtos de metal, químicos, equipamentos de transportes, alimentos, bebidas e serviços. Já nas importações dos EUA, o eventual acordo beneficiaria a indústria de dispositivos eletrônicos, máquinas, veículos e peças e produtos minerais.

O estudo divulgado no webinar também apresentou os impactos positivos no indicador de bem-estar social com o eventual acordo comercial Brasil-EUA. Segundo as projeções, o tratado permitiria ganhos de até US$ 21,7 bilhões cumulativos no intervalo de quinze anos (2035). Na avaliação do pesquisador do Ipea e autor do estudo, Fernando Ribeiro, a inclusão de barreiras não-tarifárias exerce grande relevância nesse indicador.

É importante que o debate também inclua a redução das barreiras não-tarifárias. Essa mudança é fundamental para permitir ganhos expressivos na qualidade de vida e bem-estar da população brasileira como resultado do acordo comercial”, analisou.

Mercado global

Os indicadores divulgados pelo estudo do Ipea mostram que a China passou a assumir a posição de destino mais importante para as exportações brasileiras. De acordo com os dados, as exportações ao parceiro comercial, em 2020, foram três vezes maiores do que as destinadas ao mercado norte-americano. Além disso, as importações vindas da China foram 50% superiores às dos EUA. A pesquisa confirma ainda que a participação do Brasil nas importações estadunidenses diminuiu 1,5% para 1,0% no mesmo período, e a participação norte-americana nas exportações brasileiras caiu de 15% para 10%.

Fonte: IPEA

 

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