Covid: 5 pontos sobre a Covax, a parceria da OMS para vacinas

A iniciativa quer assegurar a distribuição equitativa dos imunizantes a todos os países de rendas baixa e média; primeiras imunizações chegaram à Colômbia, Angola, Gana, Nigéria e Cote d’Ivoire ou Costa do Marfim; que países são beneficiados, quem paga e quais são as metas?  

1 - O que é a Covax? 

A Covax faz parte do Acelerador ACT, a ferramenta criada pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e parceiros internacionais para desenvolver recursos de combate à Covid-19, como testes, tratamentos e equipamentos de proteção.  

A OMS informa que a iniciativa apoiou o esforço global mais rápido, coordenado e bem-sucedido da história para combater uma doença. 

O objetivo da Covax é assegurar a distribuição equitativa da vacina em todo o mundo. Este ano, ela quer fornecer até 2 bilhões de doses, principalmente a nações mais pobres, imunizando 27% dos cidadãos desses países. 

“Ninguém está seguro até que todos estejam seguros” é o que diz a OMS desde o início da crise de saúde. No entanto, os países mais ricos puderam comprar grandes quantidades de vacinas, garantindo o primeiro lugar da fila a seus próprios cidadãos.  

Uma situação que levou especialistas em direitos humanos da ONU a alertar contra o "acúmulo de vacina" ou “nacionalismo de vacinas”, insistindo que as doses devem estar disponíveis a todos. 

2 - Como funciona? 

Lançada nos primeiros meses da pandemia, a Covax é financiada por países de alta renda e doadores privados, que arrecadaram mais de US$ 2 bilhões.  

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em colaboração com a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, lidera a licitação e distribuição das doses.  

Cerca de 92 países de baixa e média rendas estão comprando vacinas com o apoio da Covax e espera-se que os cidadãos mais pobres sejam vacinados gratuitamente. 

Cerca de 80 economias de alta renda anunciaram que financiarão as vacinas com seus próprios orçamentos. 

3 - Quais vacinas estão sendo distribuídas pela Covax? 

No final de 2020, a OMS tinha assegurado a compra de quase 2 bilhões de doses de vacinas já aprovadas e ainda em desenvolvimento.  

Nem todas serão eficazes contra o vírus, mas a montagem de um reservatório tão grande significa que a agência pode dizer com segurança que a Covax distribuirá doses suficientes para proteger os trabalhadores de saúde e de assistência social em todos os países participantes até meados deste ano. 

Cerca de 1,2 milhão de doses da vacina Pfizer-BioNTech, que requer armazenamento em cadeia ultra-fria, devem ser entregues a 18 países no primeiro trimestre de 2021, de um total acordado de 40 milhões. 

Um lançamento muito maior, de cerca de 336 milhões de doses, chegará da vacina AstraZeneca-Oxford, que será despachado para quase todos os países participantes, do Afeganistão ao Zimbábue. 

4 - Que países estão recebendo as primeiras doses? 

No dia 24 de fevereiro, cerca de 600 mil doses da vacina AstraZeneca-Oxford, produzida sob licença na Índia, chegaram a Gana. A OMS saudou a notícia como um passo histórico em direção ao objetivo de garantir a distribuição equitativa de vacinas em todo o mundo.  

A remessa foi rapidamente seguida por mais de 500 mil doses da AstraZeneca-Oxford entregues à Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim. 

Essas remessas iniciais são parte de 90 milhões de doses enviadas para a África no primeiro semestre, apoiando a imunização de cerca de 3% das pessoas que mais precisam de proteção, como trabalhadores de saúde.  

Até o final de 2021, com a disponibilidade de mais vacinas e aumento da capacidade de produção, 600 milhões de doses serão entregues e cerca de 20% dos africanos serão imunizados. 

5 - Por que é importante? 

A Covid-19 tem causado um enorme dano humano matando mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas mais foram hospitalizados e continuam sofrendo com consequências de longo prazo.  

Além disso, bilhões de vidas foram afetadas pelas restrições de viagens, confinamentos sociais e outras medidas para combater o vírus. Milhões de empregos desapareceram à medida que a economia global desacelerou e os serviços de saúde ficaram sobrecarregados, tornando mais difícil para os pacientes receber tratamento. 

As vacinas fornecidas pela Covax devem ajudar a reverter essas tendências e retornar o mundo à normalidade. 

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghrebeyesus, afirmou que Covax não é um esforço de caridade. Segundo ele, numa economia global altamente interconectada, vacinas eficazes, disponíveis em todos os países, são a maneira mais rápida de acabar com a pandemia, retomar a economia e garantir uma recuperação sustentável. 

Nas palavras do chefe da OMS, ou “afundamos ou nadamos juntos”. 

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