OMS: mundo pode ter tido 1,2 milhão a mais de mortes por Covid em 2020

Estimativas preliminares sugerem que o número total de mortes globais atribuíveis à pandemia de Covid-19 até o final de 2020 seja de pelo menos 3 milhões, representando mais 1,2 milhão de mortes do que o número relatado oficialmente, de 1,8 milhão. 

A informação consta do novo relatório anual Estatísticas da Saúde Mundial, publicado esta sexta-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Pandemia 

Segundo o relatório, os atuais 3,4 milhões de óbitos relatados à OMS são provavelmente uma subnotificação significativa, com números reais pelo menos 2 a 3 vezes maiores. 

Depois dos cálculos globais e regionais de excesso de mortalidade, a agência deverá publicar estimativas individuais para cada país ainda este ano. 

O relatório afirma que a pandemia representa grandes ameaças à saúde em todo o mundo e impede o progresso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, e das metas do chamado “triplo bilhão”. 

Estas metas pretendem que mais 1 bilhão de pessoas tenham da cobertura universal de saúde, mais 1 bilhão de estejam protegidas contra emergências de saúde e mais  outro bilhão desfrutem de melhor saúde e bem-estar.

Maior risco 

 Com 90% dos países relatando interrupções em serviços essenciais de saúde e 3% das famílias gastando mais de 25% de seu orçamento com cuidados médicos em 2015, o objetivo de cobertura universal enfrenta agora mais desafios.  

A crise também teve um maior impacto em populações vulneráveis, com aqueles que vivem em ambientes superlotados em maior risco. 

A OMS alerta ainda para a falta de dados desagregados, como diferenciação entre homens e mulheres. Apenas 51% dos países incluem dados deste tipo em suas estatísticas. 

A pesquisa apresenta os dados mais recentes sobre mais de 50 ODSs relacionados à saúde. 

A expectativa de vida global aumentou de 66,8 anos em 2000 para 73,3 anos em 2019. Já a expectativa de vida saudável passou de 58,3 para 63,7 anos.

Tabaco 

Os maiores ganhos estão sendo obtidos em países de baixa renda, principalmente devido às rápidas reduções na mortalidade infantil e nas doenças transmissíveis. 

O consumo global de tabaco caiu 33% desde 2000, mas a obesidade adulta está aumentando. Em 2016, até um quarto das pessoas em países de alta renda estavam obesas. 

As doenças crônicas representaram agora sete das 10 causas de morte em todo o mundo.  

A OMS também anunciou uma nova parceria com a Microsoft e a Avanade para desenvolver um novo e moderno centro de informação sobre saúde, que deve melhorar o acesso, agilizar processos e fornecer estes dados como um bem público. 

Fonte: ONU News.

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