OMS pede apoio para novos estudos sobre as origens da Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) instou todos os países a “colocarem as diferenças de lado” para acelerar os esforços para entender onde e como o vírus da COVID-19 começou - incluindo a sugestão não comprovada de que foi fabricado em laboratório. A medida, anunciada na noite de quinta-feira (12), veio após um relatório conjunto divulgado em março pela OMS e pela China sobre as origens do coronavírus.

Observando que uma revisão desse relatório determinou que havia "evidência científica insuficiente para descartar qualquer uma das hipóteses" sobre as origens do novo coronavírus, a agência da ONU insistiu que, para abordar a “hipótese de laboratório”, precisava de acesso "a todos os dados” para prevenir ameaças globais à saúde no futuro.

“A OMS apela a todos os governos para despolitizar a situação e cooperar para acelerar os estudos de origens e, mais importante, trabalhar juntos para desenvolver uma estrutura comum para futuros patógenos emergentes com potencial pandêmico”, disse o documento.

Em uma declaração detalhada, a OMS explicou que havia decidido por uma nova série de estudos científicos “que precisam ser realizados” em “todas as hipóteses” o mais rápido possível sobre como o patógeno, até então desconhecido, passou de animais para humanos.

Chamada por transparência

Um novo grupo consultivo independente de especialistas chamado Grupo de Aconselhamento Científico Internacional para Origens de Novos Patógenos (SAGO) apoiará o projeto sensível coordenando os estudos recomendados no relatório de março.

No interesse da transparência, a OMS disse que acolheu as nomeações para o painel de todos os países, acrescentando que o trabalho dos especialistas se assemelharia às missões anteriores da COVID-19 à China e àquelas lançadas para caçar as origens da gripe aviária, vírus de Lassa e Ebola.

“Esta chamada aberta visa garantir que uma ampla gama de habilidades científicas e conhecimentos sejam identificados para aconselhar a OMS sobre os estudos necessários para identificar as origens de qualquer futuro patógeno emergente ou reemergente de potencial pandêmico”, disse a agência da ONU.

Esforço científico

Depois de destacar como é difícil para os cientistas encontrar as origens de qualquer novo patógeno, a agência insistiu que a missão “não é e não deve ser um exercício de atribuição de culpa, acusação ou pontuação política. É de vital importância saber como a pandemia da COVID-19 começou, para definir um exemplo para estabelecer as origens de todos os eventos futuros de transbordamento entre humanos e animais”.

Com acesso a informações confidenciais cruciais para o sucesso dos novos estudos da OMS, a agência da ONU observou que a pesquisa precisaria incluir "um exame mais aprofundado dos dados brutos dos primeiros casos", junto com soro de sangue de pessoas potencialmente infectadas em 2019, antes que o surto de coronavírus fosse declarado uma pandemia.

Compartilhamento de dados

Dados de “vários países” que relataram ter encontrado o vírus em amostras de sangue coletadas em 2019 já foram compartilhados com a OMS, observou. Isso inclui a Itália, onde a OMS coordenou a reavaliação de amostras de sangue pré-pandêmicas fora do país.

“Compartilhar dados brutos e dar permissão para a reavaliação de amostras em laboratórios fora da Itália reflete a solidariedade científica no seu melhor e não é diferente do que encorajamos todos os países, incluindo a China, para apoiar de modo a que possamos avançar nos estudos das origens rapidamente e efetivamente”, disse a OMS, antes de reiterar que o acesso aos dados era “extremamente importante para desenvolver nossa compreensão da ciência e não deveria ser politizado de forma alguma”.

Fonte: ONU Brasil.

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