Queda na taxa de vacinação deixa países suscetíveis à póliomielite

Enquanto a COVID-19 continua a registrar cerca de quatro mil mortes por semana nas Américas e os casos de varíola dos macacos (monkeypox)  aumentam, o vírus da pólio foi agora detectado entre as comunidades não vacinadas em Nova Iorque. Diante disto, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, pediu aos países que reforcem urgentemente a vigilância e as campanhas de vacinação de rotina.

Embora os Estados Unidos tenham dado uma rápida resposta de saúde pública após a detecção, a pólio é uma doença que “eu não esperava mais ver em nossa região”, disse Etienne durante a coletiva de imprensa na quarta-feira (21).

“Passaram-se quase trinta anos desde que as Américas se tornaram a primeira região global a eliminar a pólio por poliovirus selvagem”, recordou. “Mas as taxas de vacinação decrescentes, agravadas pela pandemia da COVID-19, deixaram muitas de nossas populações desprotegidas.”

A poliomielite, que pode se espalhar rapidamente entre comunidades com cobertura vacinal insuficiente, não é uma doença tratável, mas é totalmente evitável com vacinas. No entanto, atualmente, a cobertura vacinal caiu abaixo de 80% em quase toda a América do Sul e doze países da região correm risco alto ou muito alto de sofrer um surto.

A OPAS tem trabalhado em estreita colaboração com os Estados Unidos e emitido alertas para que os Estados-membros da organização permaneçam vigilantes e tomem medidas para alcançar proativamente as populações não vacinadas com a vacina contra a poliomielite.

“Não devemos subestimar o poder das vacinas de salvar vidas”, destacou Etienne.

COVID-19

A diretora da OPAS também insistiu para que os países da região intensifiquem suas campanhas de vacinação para COVID-19, particularmente no Caribe, onde várias ilhas estão ficando para trás.

“Se continuarmos comprometidos, podemos manter a COVID-19 sob controle”, disse ela. “Não ignorando, mas continuando a usar as muitas ferramentas que temos à nossa disposição para rastrear e, o mais importante, prevenir infecções.”

Isso inclui medidas de saúde pública que devem ser promovidas principalmente “em locais onde muitos permanecem não vacinados ou onde os casos estão aumentando”.

Varíola

Sobre o surto de varíola dos macacos (monkeypox) na região, a diretora da OPAS alertou que os casos também estão aumentando em partes das Américas e, embora as mortes permaneçam extremamente raras, aqueles com sistema imunológico enfraquecido correm o risco de complicações da infecção por varíola.

A OPAS vem trabalhando para expandir a capacidade de testes para a doença na região, mas os países devem “agir agora para controlar a disseminação”, especialmente enquanto os suprimentos de vacinas permanecem limitados.

A participação das comunidades afetadas é crucial, insistiu Etienne. Testes e rastreamento de contatos também podem ter um impacto significativo na redução da transmissão.

Com ONU Brasil.

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