“Essa ferida não vai cicatrizar nunca”, diz mãe que perdeu filha em ataque a ônibus em 2014

 

No dia três de janeiro de 2014, a vida de Juliane Cardoso mudaria para sempre. Ela e a filha Ana Clara, 6 anos, foram vítimas de um ataque em um ônibus, incendiado por criminosos na Vila Sarney, em São Luís, por volta das 19 horas. A menina Ana Clara Santos Souza foi atingida pelas chamas e morreu após ter 95% do corpo queimado, três dias depois. Um dos passageiros, Marcio Ronny, que já tinha conseguido descer do coletivo, voltou pra tentar salvar a menina e também foi atingido pelo fogo. A mãe da menina teve 70% do corpo queimado. Os dois continuam tratamento médico.

“Quando foi queimada, ela me pediu socorro. Foi aí que eu reconheci ela, porque ela estava irreconhecível. Estava muito queimada. Eu tentei de varias formas ajudar ela”, disse Juliane.

O caso dos ataques aos ônibus em São Luís teve grande repercussão, causando comoção em todo o Brasil. Nessa época, uma onda de ataques começou depois de uma operação realizada pela tropa de Choque da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), no antigo Complexo Penitenciário de Pedrinhas, com o objetivo de diminuir as mortes nas unidades prisionais do Estado.

Imagens do momento da ação ganharam os principais veículos de TV da época mostrando desde o momento em que a menina e a irmã mais nova entram no ônibus e o ato heroico do homem que tentou salvar Ana Clara. Ana estava em um dos degraus da escada do ônibus quando as chamas começaram. Consumida pelo incêndio, a menina de 6 anos permaneceu inerte por pelo menos 8 segundos até descer do veículo. Antes de sair, Ana Clara foi pisoteada por uma passageira que, no desespero, conseguiu atravessar o fogo.

Na primeira edição do Balanço Geral - Edição de sábado, pouco mais de 10 anos após o ocorrido, uma conversa com a mãe de Ana Clara, Juliane Cardoso que relembrou os momentos de terror vividos no dia do crime.

Mais informações na reportagem de Clecio Bertozzi, para a TV Cidade/Record.

Assista abaixo:

Ao todo foram cinco acusados de envolvimento na morte da pequena Ana Clara que foram julgados em novembro de 2019. Quatro deles foram condenados: Jorge Henrique Amorim Santos, Hilton John Alves Araújo, Thalisson Vitor Santos Pinto e La Ravardiere Silva Rodrigues Junior. Juntas as penas de todos ultrapassam 150 anos.

Segundo a denúncia, todos os citados, e mais quatro menores recrutados para executar a ação denominada 'salve geral', são acusados de crimes de homicídio e tentativa de homicídio, tendo como vítimas Ana Clara Santos Souza, Juliane Carvalho (mãe de Ana Clara), Lohanny Beatriz, Márcio Ronny e Abianci, sendo estes quatro últimos na forma tentada.

Fique ligado! O Balanço Geral Edição de sábado, com Clecio Bertozzi e Darcy Bezerra, vai ao ar aos sábados, a partir do meio-dia, pela TV Cidade/Record.

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